segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Orumilá, ifá




Há uma dificuldade da natureza humana em crer no destino. Talvez isso aconteça pela falsa ideia de imutabilidade que alguns trazem em seu encalço. O Destino é um conjunto harmônico de situações que acontecem em nossos caminhos. Indiscutivelmente nada acontece “por acaso”. Lançamos nossos desejos diante do Tempo e  Ifá monta o caminho. Por vezes desejamos e erramos ao concluir que teremos o controle das situações. Essas são montadas diante dos desígnios de Orumilá. Porém, como disse, o desejo e busca são nossos. O instante exato, a potencia que impulsiona são nossas e todo o restante fica a cargo do mestre de Tempo, Ifá, que com sua sabedoria de todas as naturezas visíveis e invisíveis, nossos carmas e situações não vividas ou deixadas para depois, nos trás situações.

Diante disso reside a complexidade e beleza da vida. Todas as pessoas que entram e saem de nossos caminhos são, de alguma forma parte de nossa trajetória em direção a aquilo que buscamos. Sucessos e fracassos são nossa responsabiliza, mas as vivencias proporcionadas por Ifá são únicas para cada um, e somente por isso toda a trajetória já é valida. Temos maneiras distintas de observar a evolução e a maioria delas é linear. Como se saíssemos de um ponto para que cheguemos a outro mais alto. Naturalmente nem sempre funciona assim. A natureza toma formas e trajetórias distintas para se chegar a fins diversos. Diante disso é preciso que não julguemos aqueles que andam junto de nós. Para cada um, caminhos diferentes, dentro de suas buscas individuais.

Ganhamos, todos os dias possibilidades de um treinamento único para com as pessoas que convivemos. Esse treino nos traz, com o tempo, capacidades de renovação, que é o que a natureza sabiamente faz. Sem julgamentos, se de o direito de aproveitar suas oportunidades. Entre seus desejos, sua potencia de viver e a chegada ao cume existe a Luz de Orumilá, o destino, as possibilidades, as uniões, os aprendizados. Agora, nesse momento, é seu momento. Ifá monta, você decide o que fazer com ele... E daí?

Meu muito obrigado a todos pelas possibilidades que temos nos dado...


Rigoberto Franceschi, Dirigente do Templo Guerreiros da Luz

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

O que é sagrado para você?


Ao ouvirmos as palavra sagrado, remetemos nossa consciência a atos religiosos. Tornar sagrado é intitular um objetos, pessoa, local, ou até uma situação, retirando-o de sua condição vulgar, profana, e eleva-lo ao status de superior. Sagrado é aquilo que necessita de reverencia, de ritos, de palavras e atenções diferenciadas. Sempre, em toda história humana, intitulamos e sacralizamos tudo ao nosso redor. Alguns povos mais que outros, porém todos em algum momento divinizam algo ou alguém. Algumas religiosidades desejam, pelos seu tom invasivo e salvacionista, excluir os "ídolos" alheios, pregando a salvação, diante disso. Muitas delas apenas mudam os ídolos, sacralizam outros objetos e pessoas e impõe como certo e bom.

O fato é que, em cada um de nós existe uma necessidade de criar ídolos e sacraliza-los. O que é profano para uma capitalista é o dinheiro, tomando status de divino em seus dias e noites; para alguns pais, os filhos são o alvo; para aquele que ama, seu amor; para o desejoso, o objeto de seu desejo. As manifestações emocionais e símbolos que são criados diante disso são inúmeros. O que é sagrado para nós, nos busca em pensamento e sentimento a todo o momento, e fazemos reverencia a "ele".

Em alguns momentos, por desejar acertar, sacralizamos pessoas, sentimentos e até frustrações que nos levam ao erro e a mais desilusões. Em cada ser humanos, pela sua história de vida, personalidade e desejos existe um manancial de expressão espiritual e é nesse manancial, único e indivisível que escoramos nossas maneiras e formas de sacralização. Não há maneira de impor ao outro o que nos é sagrado. O que acontece, dentro da religião e em outros âmbitos da vida, é a possibilidade que temos de observar, tentar sentir, perceber e, principalmente RESPEITAR o que é sagrado para o outro. Assim agindo criamos uma capacidade de entendimento superior da natureza humana e de suas possibilidades. Podemos criar ídolos que irão nos salvar, ou nos destruir. Quanto a isso, é a escolhe nos cabe.

Nós (Os Guerreiros), em nossa expressão de religiosidade, reverenciamos a natureza, tanto a diversa (plantas, animais, rios, matas, o dia e a noite, etc) quanto a natureza humana, e tudo o que ela tem a nos ensinar. Respeitamos a natureza humana, respeitando nossos antepassados e nosso descendentes, nosso pais e filhos. Tornamos sagrados nosso amigos, nossos dias e noites.,. E muito mais. Buscamos, dentro dessas naturezas nosso livro sagrado e vivemos felizes com isso. Não damos o direito a quem quer que seja, de diminuir isso em nós, até porque se isso acontecer, deixaremos de expressar o que somos. Nós sabemos o que sacralizar, e você, sabe?

Bom dia, boa semana

Rigoberto Franceschi, Dirigente Guerreiros da Luz

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Mais uma vez...

"Vou fazer só mais uma vez, agora, sem pensar..." Inúmeras vezes me peguei exercitando minha capacidade de fé expressa (aquela que nos faz 'fazer'). Ouvi e li milhares de citações que, traduzidas, expressam a mesma afirmativa: vence aquele que persiste e continua.

Trazemos conosco e criamos a todo o momento sonhos, desejos, perspectivas para nós e para aqueles que amamos. Alguns desses "sonhos" são trabalhados por alguns de nós com intensidade e vibração, outros com menor intensidade, e alguns esquecidos pelas distrações e frustrações que se colocam a nossa frente todos os dias a todo o momento. Mesmo aqueles sonhos que são caros para nós e aos quais depositamos muito tempo e esforço podem se tornar vazios dentro de nós em alguns momentos. Poucos são os homens e mulheres que trazem a capacidade de persistir, se reeditar, refazer-se em meio aos ciclos das mudanças constantes. Esses sonhos são trocados muito rapidamente por algo novo e instigante. Quanto menos claros forem esses sonhos, mais suscetíveis ao esquecimento das distrações mundanas. Alguns de nós, se distraem tanto que acabam por tentar viver as distrações, ao ponto de esquecerem os sonhos, não sabendo mais afirmar ao que vieram e para que estão vivendo. Viver as distrações é sempre muito bom e importante para a manutenção de uma sanidade emocional. Viver apenas pelas perspectivas e sonhos esvazia seu conteúdo e nos transforma em escravos de trabalhos, amores, religiões. Por outro lado, como disse, entrar dentro das distração e deseja-las a todo o momento esvazia o ato de viver.

Os dois contrapontos são de se pensar. Para queles que se enfiam dentro de seus sonhos esquecendo que há muita coisa para ser vivida nas distrações é perigoso. Não podemos esquecer que são homens e mulheres assim que fazem do mundo o que ele é. Aqueles que buscam apenas prazer a todo o momento esquecem-se de que vieram a esse planeta para algo e que ser relapso diante disso traz consequências. Não podemos esquecer que pessoas assim apenas consomem o que os primeiros criam.

Os excessos são sempre condenáveis. Em alguns momentos precisamos, como uma forma de manutenção da vida interna, um sentir-se parte de algo, a determinação de fazer coisas que não nos deem tanto prazer assim, mas que precisam ser feitas. A falha moral consiste em deixar de se fazer o que se deve para fazer o que se quer, nos diz um mestre. Há momentos em que executamos certos trabalhos, participamos de momentos sociais apenas mecanicamente, porque isso é preciso. E isso é o que faz a diferença. Fazer, mesmo sem vontade, mas fazer. E Em alguns momentos em um esforço de colocar certo animo e desejo no que se esta fazendo, mesmo sem vontade, faz milagres. É preciso ser feito, então transformar esse momento em infernos e céus é escolha nossa.

 Apenas fazer mais uma vez.... sorrindo e experimentando o prazer de fazer mais uma vez.

Tente fazer isso. Essa tentativa transforma os dias em momentos maravilhosos e com grandes novidades. Se de o direito de começar o ano fazendo o que é preciso sem sofrimento.

Meu desejo de muitas novidades sobre os velhos hábitos.

Rigoberto Franceschi, Dirigente Guerreiros da Luz.