segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Os Peregrinos



“Do latim per agros, pelos campos. Significa uma jornada realizada por um devoto a um lugar sagrado.” Lendo isso, em uma mídia eletrônica, me confronto com verdades essências. Caminhar pelos campos em direção ao que é sagrado. Naturalmente, ao pensarmos em “lugar”, temos a tendência mecanicista de direcionar nossa mente a um local, com sua coordenadas nesse tempo e espaço. Todas as religiões trazem esse modelo de “vivencia’’ a seus adeptos como uma forma de mudança de lugar. Ou deixar o profano para ir de encontro ao sagrado. E nós, ao menos a maioria, ainda precisamos de um local em tempo e espaço, tangível, que revele nossas expectativas do que é sagrado.

Mas, no fundo de tudo isso surge a pergunta, o que é sagrado?

Para que se “caminhe pelos campos” é preciso um mínimo de sacrifício. O sacrifício, não desejando exagerar nas etimologias, significa basicamente sacro- oficio, ou o trabalho pelo sagrado. Caminhar em direção do que é sagrado, trabalhar pelo que é sagrado. Me pergunto se não fazemos isso todos os dias, sem perceber? Ao levantarmos para trabalhar, estamos indo em direção (caminhando) para o salário do final do mês, ou a comissão, ou a boa venda que irá gerar lucros e isso tudo porque há algo maior, como o cuidado individual (o sagrado direito de existir), o cuidado com a família (sagrado familiar) e para com nossa sociedade 
( sagrado das relações interpessoais). Estamos envoltos em situações simples, que trazem uma conotação fortemente esotérica, sem que percebamos. O sagrado é muito mais do que as coisas de Olorum, o imanifesto, ou talvez todas essas estejam interpenetradas, sem que percebamos. Os aprendizados individuais, familiares e sociais possibilitam nossa ascensão, ou não, na roda evolutiva. E qual outra coisa desejamos, ao buscar o sagrado, através do sacrifício, senão encontrar a evolução financeira (individual), afetiva (familiar e amorosa) e social (inter-relações que tragam paz)? Todas essas buscas relacionadas nos levam a um encontro com a espiritualidade. Quem seria feliz em meio a pobreza extrema? Quem encontraria Olorum na tristeza de um lar desfeito? Quem vive em paz em relacionamentos desassossegados?

Por isso peregrinamos pela vida, muitas vezes sem medir os sacrifício que fazemos. Então, porque não peregrinar por algo bom e proveitoso?

Porém, nessa peregrinação, como nas peregrinações da vida o que é indispensável é a coragem para a caminhada. Essa coragem ou você tem, ou arruma para si mesmo inúmeras desculpas....

Nesse domingo, dia 10 de Novembro teremos, para os filhos e afiliados do Templo, a 1º Peregrinação aos Caminhos de Aram kaá, um local SAGRADO, onde os sacrifício é colocado para obtenção de nossa paz e de todos os que amamos. Esse Local, com coordenadas físicas, nos traz inúmeras possibilidades. Além de uma situação física, pretende nos trazer o conforto da natureza divina.  



Não iremos “andando”, porém, nossa intenção ao ir até esse espaço, “pelos campos”, conquistado pelo Tempo, é que nossas forças se renovem, para que tenhamos nossos caminhos repletos de sabores, sons e pessoas que nos façam felizes. 

A todos os que irão nessa Peregrinação, meu desejo de que os campos em que caminharem sejam repletos de flores e as pedras não se façam presentes...

Rigoberto Franceschi, Dirigente do Templo Guerreiros da Luz e Templo de campo  "Caminhos de Aram Kaá".