“Preciso acordar e, depois de fazer uma maratona de vestir-me,
escovar os dentes, lavar o rosto, tomar um café, organizar algumas coisas para
o dia, como papeladas a serem revisadas e organizadas. Tudo isso me leva um
tempo precioso. Depois dessa pequena maratona desço de meu apartamento e vamos
para o trabalho. Menos mal que não preciso pegar transito para chegar onde
trabalho. Tenho tantas coisas a serem feitas que, mesmo com minha organização –
Escrevo anotações em folhas de papel de tudo o que preciso fazer -, tenho uma
impressão, algo que me diz que estou esquecendo de algo. Essa sensação tem me
acompanhado desde muitos dias...”
O relato que fiz acima muito provavelmente é parecido com
o seu. Fazemos muitas coisas e, mesmo fazendo mais, sempre há o que fazer e
algo fica para traz. Tentamos exaustivamente equalizar o tempo, para que ele
nos seja fiel, mas não é possível. Por vezes perdemos a noção dele e ele nos
engole. Agora mesmo, você se deu conta de que estamos chegando ao final do ano.
Logo daqui a uns dias será natal, e todas as compras, e os presentes... Ah, temos
muito o que fazer.
“Nesse meio tempo me vejo perdendo coisas especiais para
mim. Tenho receio e cuidado para com as pessoas. Não que meus sonhos concretos –
de conquistas materiais valham pouco -, porém minha preocupação e carinho, ao
menos hoje, se refere a pessoas. Esqueço, por falta de tempo, talvez, de dar atenção
a algumas pessoas. Em outros momentos minha sensibilidade falha em perceber que
apenas uma palavra seria o bastante, e pela quantidade de coisas concretas a
fazer, deixo de fazer.”
Acima outro relatinho que talvez você se espelhe. Se
pensamos da mesma forma o que fazer então, para que possamos ter mais tempo e
não sofrer com as ansiedades e aflições que essa correria nos impõe? O que fazer
para que tenhamos sensibilidade para saber o momento certo para dizer a coisa
certa, ou calar e apenas sentir o outro?
O que acredito profundamente em meu âmago que, sabendo
que tudo esta ligado a tudo e consequentemente estamos ligados a natureza
diversa (plantas, animais, etc.) e a natureza humana, devo concluir que a
natureza diversa esta mudando. As mudanças de estação, de primavera para verão
modificam as plantas e animais e com isso nossa fisiologia, humor e estado
espiritual também. Se nós mudamos nossos companheiros de jornada também. Por
vezes essas mudanças causam vibrações tão intensas em nossos corpos que temos
dificuldades em dormir e nos alimentar, e nossos companheiros também. Estando ligados
a natureza humana essas distrações que temos tido são também sentidas pela
maioria das pessoas.
Estamos em conexão com a natureza, portanto façamos o
que a natureza faz: nos movimentemos, sem os excessos de querer fazer tudo ao
mesmo tempo. Uma coisa de cada vez, se dando intervalos para pequenos
descansos. Anotar o que precisa ser feito ajuda muito. Quanto as pessoas é
preciso procurar ver. E ter a certeza de que em algum momento perderemos algo.
O que costumo fazer é dar espaço para que as pessoas venham até mim e falem o
que desejam. Sempre me cobro nesse sentido. Não uma cobrança como forma de
punição, mas apenas como lembrança e incentivo para que esses sentimento de
amor não saia de mim.
Enfim. Fazer o que é preciso com a intenção exata do
porque estamos fazendo. E porque trabalhamos, lutamos, acordamos pela manhã? Pela
nossa felicidade e pelas pessoas que fazem nossa felicidade. Saber o porque
estamos andando e para onde estamos andando. Assim levantar pela manhã se torna
mais prazeroso. Trabalhar o dia todo se torna fácil, se tivermos a intenção de
que nosso trabalho irá nos conduzir a algum lugar melhor. Tratar bem das
pessoas, cuidando para que sejam felizes para que possamos ser felizes juntos. Hoje
acredito verdadeiramente no ditado Africano que diz: “ Se um ganha todos
ganham, se um perde todos perdem.”
Boa semana, paciência e paz a todos.
Rigoberto Franceschi, Dirigente do Templo Guerreiros da
Luz