segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Não tenho mais tempo...



“Preciso acordar e, depois de fazer uma maratona de vestir-me, escovar os dentes, lavar o rosto, tomar um café, organizar algumas coisas para o dia, como papeladas a serem revisadas e organizadas. Tudo isso me leva um tempo precioso. Depois dessa pequena maratona desço de meu apartamento e vamos para o trabalho. Menos mal que não preciso pegar transito para chegar onde trabalho. Tenho tantas coisas a serem feitas que, mesmo com minha organização – Escrevo anotações em folhas de papel de tudo o que preciso fazer -, tenho uma impressão, algo que me diz que estou esquecendo de algo. Essa sensação tem me acompanhado desde muitos dias...”

O relato que fiz acima muito provavelmente é parecido com o seu. Fazemos muitas coisas e, mesmo fazendo mais, sempre há o que fazer e algo fica para traz. Tentamos exaustivamente equalizar o tempo, para que ele nos seja fiel, mas não é possível. Por vezes perdemos a noção dele e ele nos engole. Agora mesmo, você se deu conta de que estamos chegando ao final do ano. Logo daqui a uns dias será natal, e todas as compras, e os presentes... Ah, temos muito o que fazer.

“Nesse meio tempo me vejo perdendo coisas especiais para mim. Tenho receio e cuidado para com as pessoas. Não que meus sonhos concretos – de conquistas materiais valham pouco -, porém minha preocupação e carinho, ao menos hoje, se refere a pessoas. Esqueço, por falta de tempo, talvez, de dar atenção a algumas pessoas. Em outros momentos minha sensibilidade falha em perceber que apenas uma palavra seria o bastante, e pela quantidade de coisas concretas a fazer, deixo de fazer.”

Acima outro relatinho que talvez você se espelhe. Se pensamos da mesma forma o que fazer então, para que possamos ter mais tempo e não sofrer com as ansiedades e aflições que essa correria nos impõe? O que fazer para que tenhamos sensibilidade para saber o momento certo para dizer a coisa certa, ou calar e apenas sentir o outro?

O que acredito profundamente em meu âmago que, sabendo que tudo esta ligado a tudo e consequentemente estamos ligados a natureza diversa (plantas, animais, etc.) e a natureza humana, devo concluir que a natureza diversa esta mudando. As mudanças de estação, de primavera para verão modificam as plantas e animais e com isso nossa fisiologia, humor e estado espiritual também. Se nós mudamos nossos companheiros de jornada também. Por vezes essas mudanças causam vibrações tão intensas em nossos corpos que temos dificuldades em dormir e nos alimentar, e nossos companheiros também. Estando ligados a natureza humana essas distrações que temos tido são também sentidas pela maioria das pessoas.

Estamos em conexão com a natureza, portanto façamos o que a natureza faz: nos movimentemos, sem os excessos de querer fazer tudo ao mesmo tempo. Uma coisa de cada vez, se dando intervalos para pequenos descansos. Anotar o que precisa ser feito ajuda muito. Quanto as pessoas é preciso procurar ver. E ter a certeza de que em algum momento perderemos algo. O que costumo fazer é dar espaço para que as pessoas venham até mim e falem o que desejam. Sempre me cobro nesse sentido. Não uma cobrança como forma de punição, mas apenas como lembrança e incentivo para que esses sentimento de amor não saia de mim.

Enfim. Fazer o que é preciso com a intenção exata do porque estamos fazendo. E porque trabalhamos, lutamos, acordamos pela manhã? Pela nossa felicidade e pelas pessoas que fazem nossa felicidade. Saber o porque estamos andando e para onde estamos andando. Assim levantar pela manhã se torna mais prazeroso. Trabalhar o dia todo se torna fácil, se tivermos a intenção de que nosso trabalho irá nos conduzir a algum lugar melhor. Tratar bem das pessoas, cuidando para que sejam felizes para que possamos ser felizes juntos. Hoje acredito verdadeiramente no ditado Africano que diz: “ Se um ganha todos ganham, se um perde todos perdem.”

Boa semana, paciência e paz a todos.


Rigoberto Franceschi, Dirigente do Templo Guerreiros da Luz


segunda-feira, 21 de outubro de 2013

“Muito Obrigado”



Em algum momento da história humana alguém decidiu deixar de lado, por algum motivo que talvez nem ele tenha entendido, suas necessidades e vontades para “ajudar” outro ser humano. Esse ato possivelmente foi um marco para a humanidade que iniciava seu aprendizado social. Sabemos que nossas necessidades momentâneas, nossos instintos de sobrevivência, são de uma força imensa. Deixar de cuidar de nossos caminhos para fazer algo pelo outro e um ato divino. Fazer apenas por sociabilizarão, por conveniência é muito bom e necessário, porém, ao que me refiro é o ato de fazer para auxiliar e ou satisfazer o outro, diminuindo em si mesmo, naquele momento, os desejos pessoais, as buscas, o instinto.

Essa capacidade pode e é aprendida, porém é dádiva de poucos. Sempre é mais simples arranjar inúmeras explicações do porque não poder fazer, auxiliar. Temos esse “instinto primário” de buscar o que nos faz bem, antes de qualquer coisa. A exemplo, alguém que ama, cuida de seu amado por amor, ou para satisfazer “seu” amor? A resposta parece ser a mesma, mas não é. O ato do amor tem a ver com aquela porção divina de que falei a pouco, fazer sem medir ou desejar. Quantos de nós somos capazes desse ato? Quantas vezes deixamos de fazer o que é importante para nós, como indivíduos para fazer algo pelo coletivo?

Faço essas perguntas como dirigente de um Templo, uma comunidade de pessoas comuns e complexas como todo ser humano. Todos sabemos que uma instituição como a nossa depende do amor e da boa vontade de pessoas que tem suas vidas e que, em alguns momentos dessa vida, abdicam de seus afazeres e doam seu tempo aos outros. Um Templo como o nosso precisa de uma quantidade muito grande de sacerdotes para que as reuniões publicas (sessões) aconteçam. Essas pessoas, além de seu precioso tempo, doam seu conhecimento para que as forças espirituais auxiliem  os consulentes. Além, e mais, também trazem seu auxilio financeiro para que a instituição permaneça em pé e a obra continue. De outro lado, temos nossos amados consulentes, que em busca de seus sonhos e perspectivas, vem até o templo trazendo seus conhecimentos e carinho. Esses também, por amor fazem suas ofertas para que o Templo seja para os outros aquilo que foi para eles, e possam, todos os que vierem, conquistar aquilo que desejam, como eles conquistaram.
Além de todo o trabalho que temos na semana, alguns desse sacerdotes, imbuídos de um amor determinação que dão inveja a muitas instituições, vão até nosso templo de campo para trabalhar. Essas pessoas nutrem um desejo comum de fazer daquele local um espaço para que outras pessoas possam fazer seus tratamentos. Esses sabem quantos já foram curados e, talvez invadidos por esse sentimento, desejam mais... O fato é que esse desejo e para que outras pessoas se curem!

Outra questão importante é que, em algum momento da história humana, logo após um de nossos ancestrais ter iniciado o ato divino do auxílio despretensioso, ou pretensioso, surgiu, como consequência, o AGRADECIMENTO. De lá para cá, criamos várias maneiras, dependendo das variadas culturas, de expressar nosso agradecimento àqueles que fazem por nós aquilo que não precisariam fazer.

O aprendizado social que o ser humano se impõe, nos ensina atos desumanos e cruéis, porém, em meio a tantas barbáries, temos a dádiva de aprender atos divinos como o auxilio ao próximo... e com ele o agradecimento, que pode vir em palavras e atos. Para àquele que tem lutado bravamente por nossa comunidade, meu MUITO OBRIGADO de sentimento e MEU ABRAÇO de pai, irmão e amigo. Mesmo não estando perto, sintam-se abraçados. A todos os sacerdotes que tem feitos desse Templo cada dia mais vitorioso, sem desculpas e sempre determinados; e a nossos amados consulentes, meu carinho sempre diante de sua força e grandeza em fazer dessa comunidade a MELHOR!

Hoje estamos executando um ato divino, o de auxiliar a quem precisa. Por isso crescemos e disseminamos nossa luz por tantos lugares. Fiquem firmes meus filhos, irmãos e amigos em vossas determinações, e fiquemos juntos em nossa fé!



Rigoberto Franceschi, Dirigente Templo Guerreiros da Luz

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Perdi minha Esperança e minha Fé.


Hoje não tenho mais a esperança que eu tinha. Também me falta a fé que se fazia presente em mim. Perdi, e ou deixei de lado inúmeras pretensões que a algum tempo eram importantes para a sobrevivência do  meu Ego. Perdi a fé em inúmeras situações e pessoas, que a algum tempo me fariam seguir por caminhos diversos, para que eu as conquistasse. Dou exemplos simples. Hoje não nutro mais a ESPERANÇA  de conquistar pessoas que não desejam ser conquistadas, ou auxiliar, por mais belo que isso é em mim, quem não deseja ser auxiliado. Espero que não seja entendido mal, e interpretado como rançoso. Porém ao que me refiro são pretensões que existem em todos nós. Pessoas que amamos, ou são de nosso circulo de convivência e, em algum momento metem os pés pelas mãos, e nós, como desejamos seu bem, buscamos “auxilia-las”, vezes com um conselho (se fosse bom serviria para nós!), outras vezes com alguma ação (que certamente acaba em bobagem). Quem for inocente pode jogar a primeira pedra. Quem já não cometeu esse “errinho” e quase se arrependeu?

Sim, também me falta a fé que outrora já tive em pessoas que não tinham coragem para seguir seus sonhos. Insisti inúmeras vezes, na minha ignorância de não querer perceber, que há pessoas que simplesmente irão viver em redemoinhos por toda sua encarnação, sem a menor possibilidade de evolução, se não mudarem. E muitas não querem mudar. Esboçam um pequeno desejo de mudança, para satisfazerem sua medíocre vontade, porém desistem tão simplesmente como começaram. São essas que vivem suas vidas envoltas em tantos problemas aparentemente insolúveis, que são de solução óbvia, se observados com bom senso e boa vontade. Fui duro? Pense comigo, você conhece alguém assim? Se conhece, você depositaria sua fé nele?

Perdi totalmente minha esperança em pessoas maldosas, que se aproximam de mim (ao Templo que represento) apenas para conseguirem seus desejos e logo em seguida desdenham o que receberam e a quem lhes deu conforto no momento em que sofriam.

Porém, acima de tudo isso, tenho minha esperança renovada em pessoas que, mesmo sofrendo continuam sua caminhada. Reedito minha fé naqueles que choram suas derrotas comigo, para que em seguida possamos ver juntos as possibilidades deixadas nas cinzas dos escombros. Me faz feliz dar as mãos a pessoas que não tem mais forças para caminhar e velas se levantando de suas dores e deficiências. Me entusiasmo a cada novo desejo gerado por pessoas que antes não tinham mais coragem de sonhar.
Não tenho mais a Fé que antes tinha, hoje sou a fé que desejo. Não tenho mais esperanças vãs, sou a esperança, ao saber esperar por aqueles que merecem minha espera. Hoje tenho depositado minha fé naqueles que buscam ter fé em si e em suas buscas. Não perco mais meu tempo, com aqueles que não sabem o que querem. Porém meu tempo é para todos, sempre, que se dão o direito de determinar-se, mesmo em meio a desilusões, frustrações e cansaço. A esses vai minha fé, minha esperança, meu tempo e todo meu axé pessoal de Guerreiro, incansável.

Hoje não tenha a mesma fé, nem a mesma esperança. Tenho em contrapartida um entusiasmo pela vida e por todos aqueles que desejam vencer, que é maior do que eu. Com isso deixo uma frase de um Mestre Iluminado que me faz seguir, quando me vejo em meio a espinhos. “Sabes, meu filho, qual a diferença entre aquele que vence e aquele que perde?... Perde aquele que desiste, ou não sabe o que deseja. Vence aquele que anda e deseja.”

Nessa semana que passou, recebi uma pergunta de um de meus filhos espirituais, sobre o que seria a fé. Minha resposta, meu filho: Fé, para mim, é aquilo que consigo expressar de amor, mesmo em meio a dor. E Esperança (mesmo não sendo inquirido sobre ela) é o caminho que sigo com firmeza, mesmo em meio aos cansaço e aos espinhos.

Portanto, sigamos em frente. Sempre plenos de fé e esperança em tudo e todos que valem nossa fé e esperança.

Boa semana a todos.


Rigoberto Franceschi, Dirigente do Templo Guerreiros da Luz

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Samambaia


Ontem, domingo dia 05, estive junto a algumas pessoas que amo muito e tenho aprendido a respeitar mais a cada dia, em nosso espaço de campo. Temos nos dividido em esforços para organizar o espaço, pois agora, no dia 10 de Novembro, teremos a "1º peregrinação aos caminhos de Aram Kaá". E eu vi uma samambaia. Esse dia será especial para a história do Templo, pois marcará a primeira caminhada e consagração desse espaço, pelo nosso esforço em fazer um mundo melhor para nós e para todos que amamos. E a samambaia, solitária, nada fazia. Pensava, em minha vã ignorância que fazer o bem era algo para pessoas realmente iluminadas, e que haviam perdido o contato com as humanas criaturas, que por vezes sabem tanto ferir e interferir em nossas vidas, mesmo que façamos tudo certinho. Imaginava eu que uma pessoa, para fazer o bem teria de abdicar de tudo o que ama e devotar sua vida a auxiliar os outros, sofrendo todo tipo de manifestações negativas, sem se exaltar e não sofrer, jamais com isso. E a samambaia, sob a ação do vento, se movia como se nada acontecesse. Alguém que conseguisse deixar sua família para traz, e confesso que isso para mim era demais. Eu não poderia viver sem um abraço de meus filhos, ou de um carinho de meus amigos. Abandonar os luxos. Pensava eu nisso, e me atormentava imaginar em ter de ficar sem o conforto, pensem comigo,ter uma geladeira, onde residem nossas guloseimas, ou simplesmente uma água bem gelada, para os dias quentes? E aquelas folhas verdes grandes, com suas raízes fincadas no chão, iriam permanecer ali, para sempre, simplesmente como uma samambaia. Imaginava ficar sem o conforto de um automóvel, com sua usabilidades e mobilidade, que diminui distancias e facilita vidas, a minha vida ao menos.  Imaginava eu não poder ter um supérfluo, como uma roupa nova. Nesse caso me ajudem as mulheres, pensem comigo. Sem compras, sem novidades, sem... Não que somente as mulheres busquem isso, porém todos sabemos que vocês sabem usufruir muito mais do que os homens, ou alguns, ou eu, esse sabores de uma roupa nova e todo o prazer que ela pode proporcionar e proporciona. Imaginem ficar sem, para servir ao próximo, que em muitos casos nem irá lhes agradecer? E a samambaia havia nascido, com toda sua empáfia em meio as pedras, que indiscrição.

Isso tudo me vinha a mente, antes como reflexo de minha ignorância (ato de inorar, não saber), diante do ser humano e de tudo o que nos cerca. Tenho me fascinado, a cada passo de minha trajetória com a natureza humana. Nossas limitações, nossas ansiedades e diante de todas as limitações, doenças, desassossegos e transtornos que nos envolvem, nossa vibração e insistência em fazer e sermos mais. Somos realmente limitados diante de toda a natureza. Corpos fracos, estruturas ósseas que se danificam com facilidade. A mente humana é terrível. Temos de estar sempre de guarda, ou ela pode nos levar a loucura. Nossas emoções tem a capacidade de fazer um turbilhão em nós e destruir pessoas e situações em alguns segundos. Diante de tudo isso, e mesmo por isso ainda lutamos e vencemos, então, como largar tudo, para ser "bom"?

O que tenho para mim, e procuro ensinar e levar adiante é que não temos a necessidade de abandonar tudo o que nos faz felizes, até porque alguém infeliz não pode auxiliar outro a ser feliz. Podemos e devemos executar nossas buscas individuais, sem excessos, e ao efetuar nossas buscas, procurar não ferir que quer que seja. Manter nosso foco para não pisarmos sobre as necessidades e vontades daqueles que nos cercam, como família humana. Não é preciso que deixemos de comprar nossas roupas (aplauso das mulheres, agora!), nem que desliguemos nosso refrigerador, ou que abandonemos nossos carros. Porém, precisamos nos perguntar, ao fazer tudo isso, qual o sentido real da samambaia. Uma planta que cresce solitária em meio a mata, como pessoas que vivem ao nosso redor e que não temos o direito de arrancá-las de seus sonhos, como não arranquei aquela que estava ontem, em seu lugarzinho,só vivendo seu espaço. Eu poderia te-la retirado dali, sem muito esforço, porém pensei em tudo o que expus acima e coloquei em meu caminho, como a samambaia e com isso me perguntei: E se alguém me tirasse de dentro de tudo o que vivo e amo, eu estaria feliz? Não! Portanto, como a samambaia, que apenas vive e se alimenta, sem buscar interferir negativamente no seu ecossistema, vou eu vivendo, amando e auxiliando meu ecossistema sem interferir negativamente, ou ao menos buscando não fazer isso, como a samambaia...

Temos o direito de nutrir nossa vida com tudo o que é bom, porém, também, de não interferir negativamente em nosso ecossistema, retirando mais do que o necessário para que sejamos felizes. Porque tudo o que utilizamos em demasia, mesmo se tratando de pensamento e sentimentos, fará falta, em algum momento, a alguém, ou a nós próprios.

fazer o certo é fazer o que é necessário, não o que desejamos!

Bom dia, boa semana, luz e paz a todos.

Rigoberto franceschi, Dirigente do Templo Guerreiros da Luz