Cada ser humano consciente de si e do mundo ao seu redor
tem a possibilidade de escolher o que deseja para si. Aqueles que não se dão
essa possibilidade, por vários motivos são conduzidos a acreditar em algo ou
alguém por lideres. Vemos muito isso na religião. Pessoas se deixam manipular e
fazem de Deus o que desejam, ao contrário de serem aquilo que Deus deseja. São
levados a acreditar que palavras escritas em livros sagrados são a verdade, ao
invés daquilo que sua consciência determina, fazendo cada qual sua verdade nas
interpretações das entrelinhas desses livros.
Todos nascemos plenos de fome. E essas fomes crescem na
mesma proporção em que ganhamos consciência do mundo que nos cerca. Fome de
dinheiro; fome de saúde, quando essa nos falta; fome de paz, quando no tormento;
fome de amor, mesmo não sabendo exatamente o que significa o contexto dessa
palavra; fome de desenvolvimento ou conhecimento espiritual. Essas fomes são a
necessidade real de desenvolvimento. E dentro dessa ânsia pela conquista do
saciar a, ou as fomes vamos em busca, nos tornamos buscadores. Isso é bom!
Aquele que busca evolui e o sentido real de todo esse processo é a evolução. O que
quero colocar aos amigos hoje são algumas considerações sobre esse assunto, que
tenho aprendido nesse tempo de sacerdócio.
Partindo do princípio de que toda a busca é uma forma
individual de evolução temos um sentido de tranquilidade no ar. Se buscamos o
que nos faz bem então estamos evoluindo. Porque então tanto sofrimento? Alguns
lideres religiosos, e aqui cito a religião pois é esse tema que me toca, criam
um aura de salvação eterna para seus adeptos, mas ao mesmo tempo, mesmo “salvos”
essas pessoa continuam sofrendo terrivelmente? O que tenho percebido é que as
buscas não são o problema, como se houvesse comida a mesa, mas não conseguíssemos
saciar nossa fome, porque não encontramos o alimento certo. Paira uma confusão
sobre as cabeças e essa confusão causa cansaço. As cobranças de “porque não
consegui chegar até onde quis chegar?” “Não tive sorte!” O que me parece e
percebo é que essas inquietações são um desassossego por aquilo que pensamos
desejar e não que realmente desejamos. Desejos reais precisam ser e são forças
liberadas de nós para nosso bem, vindo a existir ou não. Sofrer por algo que
teria de nos trazer algo bom me parece sem sentido, mas é o que acontece
comumente. Nesses momentos essas pessoas sentem-se infelizes e inferiores aos
outro seres que “conquistam” e, se religiosos forem “perdem a fé”. Essa
fraqueza acontece porque fazemos de Deus o que desejamos, e desejamos aquilo
que não precisamos e realmente não nos satisfaz, como uma mesa cheia de doces
que não saciará nossa fome, ao invés de sermos aquilo que deus deseja de nós,
naturalmente desejando o que nos preenche e fazendo as comidas que nos satisfazem.
Desejar e buscar é o que nos leva a evolução, mas desejar
aquilo que é real para cada um, porque somos únicos e não podemos perder nosso
tempo com respostas prontas, nem com desejos desejados por outros. Somos
distintos e nossas buscas são únicas. Para isso e por isso precisamos da
Religião, para que nos de forças para continuar, não para ser o depósito de
nossas frustrações e desassossegos. A religião e nossas buscas devem nos trazer LIBERDADE. Mesmo que nossos desejos e buscas levem uma vida inteira, precisamos viver essa vida inteira com a liberdade de saber que o que buscamos é nosso. Assim não haverá cansaço que nos vença, nem fé que se acabe, como flores que renascem a cada ano em um jardim.
Pergunte-se agora: O que você deseja e precisa para ser
feliz agora? Já pensou, então sorria e inicie sua busca, parque assim você vai
evoluir.
Já presenciei inúmeras conquistas aliadas e com a ajuda
do templo e sua Luz, mas todas eram reais e únicas para cada buscador e
conquistadas para a felicidade e bem estar, não para sofrimento e desassossego.
Paz, conquistas e a busca real para cada um.
Rigoberto Franceschi, Escritor, dirigente Templo
Guerreiros da Luz.