segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Você tem fome de que?


Cada ser humano consciente de si e do mundo ao seu redor tem a possibilidade de escolher o que deseja para si. Aqueles que não se dão essa possibilidade, por vários motivos são conduzidos a acreditar em algo ou alguém por lideres. Vemos muito isso na religião. Pessoas se deixam manipular e fazem de Deus o que desejam, ao contrário de serem aquilo que Deus deseja. São levados a acreditar que palavras escritas em livros sagrados são a verdade, ao invés daquilo que sua consciência determina, fazendo cada qual sua verdade nas interpretações das entrelinhas desses livros.

Todos nascemos plenos de fome. E essas fomes crescem na mesma proporção em que ganhamos consciência do mundo que nos cerca. Fome de dinheiro; fome de saúde, quando essa nos falta; fome de paz, quando no tormento; fome de amor, mesmo não sabendo exatamente o que significa o contexto dessa palavra; fome de desenvolvimento ou conhecimento espiritual. Essas fomes são a necessidade real de desenvolvimento. E dentro dessa ânsia pela conquista do saciar a, ou as fomes vamos em busca, nos tornamos buscadores. Isso é bom! Aquele que busca evolui e o sentido real de todo esse processo é a evolução. O que quero colocar aos amigos hoje são algumas considerações sobre esse assunto, que tenho aprendido nesse tempo de sacerdócio.

Partindo do princípio de que toda a busca é uma forma individual de evolução temos um sentido de tranquilidade no ar. Se buscamos o que nos faz bem então estamos evoluindo. Porque então tanto sofrimento? Alguns lideres religiosos, e aqui cito a religião pois é esse tema que me toca, criam um aura de salvação eterna para seus adeptos, mas ao mesmo tempo, mesmo “salvos” essas pessoa continuam sofrendo terrivelmente? O que tenho percebido é que as buscas não são o problema, como se houvesse comida a mesa, mas não conseguíssemos saciar nossa fome, porque não encontramos o alimento certo. Paira uma confusão sobre as cabeças e essa confusão causa cansaço. As cobranças de “porque não consegui chegar até onde quis chegar?” “Não tive sorte!” O que me parece e percebo é que essas inquietações são um desassossego por aquilo que pensamos desejar e não que realmente desejamos. Desejos reais precisam ser e são forças liberadas de nós para nosso bem, vindo a existir ou não. Sofrer por algo que teria de nos trazer algo bom me parece sem sentido, mas é o que acontece comumente. Nesses momentos essas pessoas sentem-se infelizes e inferiores aos outro seres que “conquistam” e, se religiosos forem “perdem a fé”. Essa fraqueza acontece porque fazemos de Deus o que desejamos, e desejamos aquilo que não precisamos e realmente não nos satisfaz, como uma mesa cheia de doces que não saciará nossa fome, ao invés de sermos aquilo que deus deseja de nós, naturalmente desejando o que nos preenche e fazendo as comidas que nos satisfazem.

Desejar e buscar é o que nos leva a evolução, mas desejar aquilo que é real para cada um, porque somos únicos e não podemos perder nosso tempo com respostas prontas, nem com desejos desejados por outros. Somos distintos e nossas buscas são únicas. Para isso e por isso precisamos da Religião, para que nos de forças para continuar, não para ser o depósito de nossas frustrações e desassossegos. A religião e nossas buscas devem nos trazer LIBERDADE. Mesmo que nossos desejos e buscas levem uma vida inteira, precisamos viver essa vida inteira com a liberdade de saber que o que buscamos é nosso. Assim não haverá cansaço que nos vença, nem fé que se acabe, como flores que renascem a cada ano em um jardim.

Pergunte-se agora: O que você deseja e precisa para ser feliz agora? Já pensou, então sorria e inicie sua busca, parque assim você vai evoluir.

Já presenciei inúmeras conquistas aliadas e com a ajuda do templo e sua Luz, mas todas eram reais e únicas para cada buscador e conquistadas para a felicidade e bem estar, não para sofrimento e desassossego.

Paz, conquistas e a busca real para cada um.

Rigoberto Franceschi, Escritor, dirigente Templo Guerreiros da Luz.